Com que idade devem as crianças aprender o valor do dinheiro? Muitos pais adiam esta conversa até à adolescência, quando surgem temas como poupança, despesas ou trabalho. No entanto, os especialistas concordam que a educação financeira deve começar nos primeiros anos de vida, sempre adaptada ao nível de compreensão da criança.

Ensinar a gerir o dinheiro desde cedo é uma forma eficaz de formar adultos responsáveis, autónomos e conscientes das suas decisões. Além disso, complementa qualquer plano de organização financeira familiar — como a subscrição de um seguro do tipo dotal para o futuro dos filhos, que garante capital para os seus estudos ou projetos.

 

 

Porque é importante a educação financeira infantil?

 

A educação financeira infantil não tem como objetivo transformar as crianças em pequenos economistas, mas sim ensiná-las a tomar decisões com sentido: quando gastar, quando esperar, porque poupar ou como comparar preços.

 

Os benefícios a longo prazo são evidentes:

  • Desenvolvimento do pensamento crítico
  • Prevenção de hábitos consumistas
  • Maior controlo emocional perante frustrações
  • Preparação para a independência económica

 

Hoje mais do que nunca, educar crianças conscientes do valor do dinheiro é uma forma de protegê-las de dívidas desnecessárias ou más decisões no futuro.

 

 

Com que idade se pode começar?

 

  • Entre os 4 e os 6 anos: aprender a contar moedas, distinguir notas, brincar às lojas.
  • Dos 7 aos 10 anos: receber uma pequena semanada e aprender a geri-la com objetivos.
  • A partir dos 11 anos: envolver as crianças em decisões familiares simples (menu semanal, escolha de material escolar).
  • Desde os 14 anos: introduzir conceitos mais complexos como poupança a longo prazo, seguros ou até empreendedorismo.

 

Lembra-te: cada fase exige uma linguagem simples, exemplos práticos e coerência no ambiente familiar.

 

 

Atividades para ensinar os teus filhos a gerir o dinheiro

 

Entre os 5 e os 10 anos

  • Brincar ao supermercado com dinheiro fictício
  • Criar três mealheiros: gastar, poupar, doar
  • Estabelecer metas (“quando poupares 10 €, podes escolher um livro”)

 

Entre os 11 e os 15 anos

  • Dar uma semanada com objetivos (material escolar, presentes)
  • Propor desafios de comparação de preços no supermercado
  • Simular um pequeno orçamento para as férias

 

A partir dos 16 anos

  • Iniciar o uso de ferramentas básicas: apps de orçamento, cartões pré-pagos
  • Explicar como funcionam um contrato, uma fatura ou os juros compostos
  • Ensinar o funcionamento dos seguros de poupança a longo prazo

 

 

Jogos e recursos digitais para aprender no verão

O verão é o momento ideal para integrar estas aprendizagens de forma natural e divertida. Aqui ficam alguns recursos educativos gratuitos e seguros para aproveitares com os teus filhos:

 

Plataformas, jogos e apps

 

Jogos de finanças em espanhol para crianças e jovens.

 

  • Cadernos de Educação Financeira (Todos Contam):
    O portal oficial Todos Contam disponibiliza uma coleção de cadernos digitais gratuitos, com atividades adaptadas por níveis de ensino, desde o 1.º ciclo ao secundário. São ideais para ensinar às crianças e jovens conceitos como poupança, orçamento ou consumo responsável de forma estruturada e divertida.

 

  • Recursos pedagógicos de literacia financeira (DGE Portugal):
    A Direção-Geral da Educação disponibiliza na sua plataforma de Cidadania e Desenvolvimento uma seleção de recursos pedagógicos gratuitos sobre literacia financeira e educação para o consumo, com materiais adaptados a diferentes níveis de ensino. Uma ferramenta útil para pais e educadores reforçarem estes valores em casa ou nas férias.

 

  • Educação financeira digital para jovens (Banco de Portugal):
    O Banco de Portugal oferece conteúdos interativos para adolescentes e jovens, com foco na utilização segura do dinheiro no mundo digital. Destaca-se o jogo “Missão Blindada”, que simula situações reais de gestão financeira e cibersegurança de forma lúdica e educativa.

 

 

 

 

Poupança em família: dar o exemplo, não apenas instruções

 

A melhor forma de ensinar uma criança a gerir dinheiro é através do exemplo. Se os pais:

  • Planeiam as suas compras
  • Poupa com um objetivo
  • Protegem o futuro com ferramentas como seguros de vida e poupança

 

…então a criança aprende que o dinheiro é um recurso a ser bem gerido — e não um fim em si mesmo.

 

 

Educar financeiramente também é um ato de amor

 

Ensinar os teus filhos a gerir o dinheiro não se resume a euros — trata-se de valores: responsabilidade, paciência, esforço e visão de futuro. E tudo isso pode começar com uma simples conversa, um mealheiro ou um jogo de verão.